O ex-goleiro do Flamengo, Bruno Fernandes, prestou novo
depoimento na manhã desta terça-feira na delegacia de Ribeirão das Neves,
região Metropolitana de Belo Horizonte. Segundo a Polícia Civil, ele falaria
sobre a morte da irmã da mulher que cuidou de seu filho Bruninho, na época em
que Eliza Samudio desapareceu, em junho de 2010.
Graziele Beatriz Leal foi assassinada em janeiro de 2011. Inicialmente a
polícia afirmou que o caso estava ligado a tráfico de drogas da região. No
entanto, após saber da ligação que a mulher tinha com o caso Eliza Samudio
mudou de opinião.
Até agora dois homens já foram presos por este
assassinato. Além deles, mais um homem - que já está preso por outro homicídio
- também é suspeito pelo crime.
O caso Bruno
Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.
Eliza desapareceu no dia 4 de junho de 2010 quando teria saído do Rio de Janeiro para Minas Gerais a convite de Bruno. No ano anterior, a estudante paranaense já havia procurado a polícia para dizer que estava grávida do goleiro e que ele a agrediu para que ela tomasse remédios abortivos. Após o nascimento da criança, Eliza acionou a Justiça para pedir o reconhecimento da paternidade de Bruno.
No dia 24 de junho, a polícia recebeu denúncias anônimas
de que Eliza havia sido espancada por Bruno e dois amigos dele até a morte no
sítio de propriedade do jogador, localizado em Esmeraldas, na Grande Belo
Horizonte. Na noite do dia 25 de junho, a polícia foi ao local e recebeu a
informação de que o bebê apontado como filho do atleta, então com 4 meses,
estava lá. A então mulher do goleiro, Dayanne Rodrigues do Carmo Souza, negou a
presença da criança na propriedade. No entanto, durante depoimento, um dos
amigos de Bruno afirmou que havia entregado o menino na casa de uma adolescente
no bairro Liberdade, em Ribeirão das Neves, onde foi encontrado.
Enquanto a polícia fazia buscas ao corpo de Eliza
seguindo denúncias anônimas, em entrevista a uma rádio no dia 6 de julho, um
motorista de ônibus disse que seu sobrinho participou do crime e contou em
detalhes como Eliza foi assassinada. O menor citado pelo motorista foi
apreendido na casa de Bruno no Rio. Ele é primo do goleiro e, em dois
depoimentos, admitiu participação no crime. Segundo a polícia, o jovem de 17
anos relatou que a ex-amante de Bruno foi levada do Rio para Minas, mantida em
cativeiro e executada pelo ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos,
conhecido como Bola ou Neném, que a estrangulou e esquartejou seu corpo. Ainda
segundo o relato, o ex-policial jogou os restos mortais para seus cães.
No dia seguinte, a mulher de Bruno foi presa. Após serem
considerados foragidos, o goleiro e seu amigo Luiz Henrique Romão, o Macarrão,
acusado de participar do crime, se entregaram à polícia. Pouco depois, Flávio
Caetano de Araújo, Wemerson Marques de Souza, o Coxinha Elenilson Vitor da
Silva e Sérgio Rosa Sales, outro primo de Bruno, também foram presos por
envolvimento no crime. Todos negam participação e se recusaram a prestar
depoimento à polícia, decidindo falar apenas em juízo.
No dia 30 de julho, a Polícia de Minas Gerais indiciou
todos pelo sequestro e morte de Eliza, sendo que Bruno foi apontado como
mandante e executor do crime. Além dos oito que foram presos inicialmente, a
investigação apontou a participação de uma namorada do goleiro, Fernanda Gomes
Castro, que também foi indiciada e detida. O Ministério Público concordou com o
relatório policial e ofereceu denúncia à Justiça, que aceitou e tornou réus
todos os envolvidos. O jovem de 17 anos, embora tenha negado em depoimentos
posteriores ter visto a morte de Eliza, foi condenado no dia 9 de agosto pela
participação no crime e cumprirá medida socioeducativa de internação por prazo
indeterminado.
No início de dezembro, Bruno e Macarrão foram condenados
pelo sequestro e agressão a Eliza, em outubro de 2009, pela Justiça do Rio. O
goleiro pegou quatro anos e seis meses de prisão por cárcere privado, lesão
corporal e constrangimento ilegal, e seu amigo, três anos de reclusão por
cárcere privado. Em 17 de dezembro, a Justiça mineira decidiu que Bruno,
Macarrão, Sérgio Rosa Sales e Bola serão levados a júri popular por homicídio
triplamente qualificado, sendo que o último responderá também por ocultação de
cadáver. Dayanne, Fernanda, Elenilson e Wemerson também irão a júri popular,
mas por sequestro e cárcere privado. Além disso, a juíza decidiu pela revogação
da prisão preventiva dos quatro. Flávio, que já havia sido libertado após ser
excluído do pedido de MP para levar os réus a júri popular, foi absolvido. Além
disso, nenhum deles responderá pelo crime de corrupção de menores.
(Terra)
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