SÃO PAULO - Com esperança de que o
cantor e compositor Dominguinhos possa reagir ao tratamento médico e voltar a
falar, andar e até dedilhar o instrumento que o projetou mundo afora e o tornou
um clássico do forró, parentes, amigos e fãs do artista participaram ontem,
domingo (24) de um ato em homenagem a ele, no vão livre do Museu de Arte de São
Paulo (Masp), na Avenida Paulista.
O filho de Dominguinhos, Mauro da Silva
Moraes, informou que o pai mexe os dedos, mas quando pede para dar um sinal de
entendimento na comunicação não vê retorno. Ele esteve presente no ato ao lado
da mãe, Anastácia, ex-mulher de Dominguinhos, que é cantora de forró e aparece
com destaque na discografia do artista. Entre os sucessos que contaram com a
parceria dela está Eu Só Quero um Xodó, uma das canções entoadas pelos
participantes da homenagem feita hoje (24).
Grupos com sanfonas, triângulo e outros
instrumentos relembraram os sucessos do artista. Muitos seguiram atrás dos
músicos acompanhando a cantoria ou mesmo dançando o forró. Entre outros
artistas presentes estavam os integrantes do grupo Falamansa cujo trabalho
musical tem participação de Dominguinhos.
O ato foi organizado pelo produtor
cultural Paulinho Rosa, sócio da casa de forró Canto da Ema e parceiro de
Dominguinhos em um programa semanal de rádio dedicado ao forró, o Vira e Mexe,
levado ao ar todos os sábados, das 11h às 12h, pela Rádio USP (Universidade de
São Paulo).
“Quando pensei em fazer esse ato,
achava que Dominguinhos estava ao largo da imprensa e das pessoas que precisam
saber sobre a situação dele e até para mandar energia e força para que saia
dessa”, justificou Rosa.
“Nós estamos tristes pela situação e
temos que rezar pela recuperação dele”, disse o músico pernambucano José Ramos
Barbosa, tocador de triângulo. Ele contou que tocou várias vezes com
Dominguinhos em shows na cidade de São Paulo e em programas de televisão.
Com uma carreira de 50 anos, o sanfoneiro
coleciona prêmios, entre eles o Prêmio da Música Brasileira, conquistado em
2008, e o Prêmio Shell de Música, em 2010, com as composições De Volta pro
Aconchego, Gostoso Demais e Tenho Sede, sendo que as duas primeiras são
resultado de parceria com o também pernambucano Nando Cordel. Ele foi vencedor
também do Grammy Latino com o CD Chegando de Mansinho. Um de seus grandes
sucessos - Eu Só Quero um Xodó -, de 1973, teve 250 regravações em vários
idiomas entre eles o inglês, holandês e italiano.
Agência Brasil
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