A mobilização aconteceu
Médicos e estudantes de Medicina saíram às ruas de Petrolina na tarde de ontem (3) na tentativa de chamar a atenção do governo e da sociedade para várias questões que prejudicam o trabalho da categoria. Os profissionais se concentraram no Hospital de Urgências e Traumas (HUT), de onde partiram – em caminhada – até a frente da prefeitura da cidade.
“Nós somos o país com a segunda maior concentração de universidades de Medicina do mundo. Temos médicos suficientes para a população, o que existe é uma má distribuição desses profissionais. Há uma concentração de médicos no setor privado em detrimento do setor público, justamente porque não tem financiamento, não há condições de trabalho e não existe a carreira de estado para o médico do SUS”, explica.
Para José Alberto, é necessário investir no concurso público. “É preciso contratar através de concursos, com planejamento de cargos, carreiras e vencimentos. A cada ano e à medida em que o médico vai se especializando, ele vai melhorando também a sua escala de salário, firmando sua estabilidade, no modelo do Poder Judiciário. Assim você consegue fixar o médico em qualquer local do país porque ele sabe que está garantido o resto da vida”, afirma.
Sobre a vinda de médicos estrangeiros para o Brasil, José Alberto ressalta que é preciso exigir mais desses profissionais na hora do Revalida. “A qualidade desses médicos que estão chegando em nosso país é inferior aos profissionais que estamos formando. Para se ter uma ideia, ano passado houve 92% de reprovação na prova do Revalida. Apenas 8% desses médicos conseguiram ser aprovados”,destaca.
Reivindicações regionais
Além das demandas nacionais, os médicos de Petrolina ainda apresentaram uma pauta de reivindicações direcionadas, principalmente, ao Executivo. Entre elas, está a indefinição acerca da administração do HUT e a falta de atendimento nas comunidades mais afastadas do município.
“Um problema recente é a falta de carros para fazer atendimento nas zonas rurais, já que a prefeitura retirou todos os veículos. O HUT também passa por uma situação delicada de transição, em que não sabemos quem é o nosso próprio patrão, a quem recorrer. O Samu ainda continua deficitário e os médicos do município estão com algumas irregularidades no contracheque que precisam ser sanadas”, informa José Alberto.
Por Monyk Arcanjo
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