sábado, 20 de julho de 2013

Reunião tensa consolida racha no PT

O racha no PT em torno da condução da reforma política marcou os debates deste sábado na reunião do diretório nacional do partido. Pela manhã, munidos de cartazes com os dizeres 'Sou PT e quero plebiscito - Vaccarezza não me representa', dez militantes petistas postaram-se diante da sede da legenda desde cedo e pediram a saída de Vaccarezza do grupo de trabalho criado pela Câmara para formular, em 90 dias, um projeto de reforma política. Do lado de dentro, em uma reunião tensa, com fortes críticas a Vaccarezza - que deixou clara a impossibilidade de mudanças no sistema político valerem para as eleições de 2014 -, o ex-presidente do PT José Eduardo Dutra foi um dos poucos que saiu em defesa do parlamentar.
 
A cúpula do PT decidiu manter o deputado Cândido Vaccarezza (SP) na coordenação do grupo de trabalho da reforma política, mas ele fica enfraquecido no posto, depois do tiroteio sofrido por parte dos colegas de bancada. Na reunião do Diretório Nacional do PT realizada hoje, em Brasília, petistas criticaram Vaccarezza, que não estava presente, por suas declarações de que nenhuma mudança no sistema político valerá para a eleição 2014, mesmo se houver um plebiscito. A presidente Dilma Rousseff enviou carta ao partido, que foi lida na reunião pelo presidente do PT, Rui Falcão, na qual pede ajuda dos petistas para aprovar a reforma política, com plebiscito, para atender às 'vozes das ruas', que, na sua avaliação, pedem um sistema mais 'oxigenado'.

'Para o PT e para a bancada, o deputado Vaccarezza está na comissão (da reforma política) por indicação do presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, do PMDB', afirmou o líder do PT no Senado, Wellington Dias. 'Para nós, quem defende as posições do PT nesse grupo de trabalho é o deputado Ricardo Berzoini'.

Vaccarezza não compareceu neste sábado à reunião do partido. Em nota, ele afirmou que não se pode transformar a discussão da reforma política em uma 'arena' política. 'Reafirmo publicamente o meu compromisso pessoal com a aprovação do plebiscito na Câmara', escreveu.

'Não dá tempo de aprovar até outubro deste ano uma reforma política com efeitos para as eleições de 2014. Nem plebiscito nem comissão da Câmara produzirão resultados agora', disse Dutra. Ex-senador, ele defendeu a proposta da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), que prevê proibição de doações por parte de empresas e eleição em dois turnos para deputados. 'Precisamos ter foco para viabilizar alguma mudança para 2014. O Ficha Limpa foi aprovado no Congresso em um mês', argumentou. (De O Estado de S. Paulo)

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