Por
seis votos a quatro, o Supremo Tribunal Federal (STF) condenou na segunda-feira
(22) por crime de formação de quadrilha cometido durante o episódio do Mensalão
o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino, o
ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares, Marcos Valério e outros seis acusados.
Os quatro já tinham sido condenados anteriormente no mesmo julgamento por
corrupção ativa.
Com a
decisão, o Supremo concluiu a análise do último item a ser julgado. Nesta terça
(23), a Corte começará a definir questões pendentes, como o que fazer nos casos
de empate, e a fixar o tamanho das penas para os condenados.
Dos
37 réus, 25 foram condenados por diferentes crimes, nove foram absolvidos e
três estão com a situação indefinida – veja como votaram os ministros sobre
cada réu.
Foram
condenados ainda nesta segunda por formação de quadrilha os sócios de Valério
Cristiano Paz e Ramon Hollerbach, o advogado de Marcos Valério Rogério
Tolentino e a ex-diretora das agências Simone Vasconcelos. Dois ex-dirigentes
da cúpula do Banco Rural foram considerados culpados pela corte do crime de
quadrilha, a ex-presidente do banco e atual acionista Kátia Rabello e o
ex-vice-presidente José Roberto Salgado.
Houve
empate em relação ao atual vice-presidente do Banco Rural Vinicius Samarane.
Foram cinco votos pela absolvição e cinco votos pela condenação.
Com
esse, são sete os casos de empates no julgamento. O presidente do STF, ministro
Carlos Ayres Britto, que, pelo regimento do Supremo, pode votar para
desempatar, disse nesta segunda crer que o empate deve favorecer os réus.
As
acusadas Ayanna Tenório, ex-dirigente do Banco Rural, e Geiza Dias foram
absolvidas de formação de quadrilha pelo plenário do Supremo. A denúncia do
Ministério Público aponta uma quadrilha formada por 13 réus com o objetivo de
comandar e operar o esquema voltado para a compra de apoio político no
Congresso durante o início do governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Conclusões
Integrariam
o grupo réus dos três núcleos: 1) político: o ex-chefe da Casa Civil José
Dirceu, o ex-presidente do PT José Genoino e o ex-tesoureiro do partido Delúbio
Soares; 2) publicitário, Marcos Valério, seus dois sócios Ramon Hollerbache
Cristiano Paz, seu advogado Rogério Tolentino e as funcionárias Simone
Vasconcelos e Geiza Dias; 3) financeiro, a dona do Banco Rural, Kátia Rabello,
os ex-dirigentes José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório.
Dos
dez ministros, seis entenderam que houve a formação de uma quadrilha para
cometer crimes: o relator Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Marco
Aurélio Mello, Celso de Mello e Ayres Britto. Ao condenar os 11 réus, Carlos
Ayres Britto argumentou que a formação de quadrilha por parte dos acusados
ameaçou a paz pública, na medida em que houve uma quebra de confiança da
sociedade no Estado. (Do G1)
Nenhum comentário:
Postar um comentário