Assim
como ocorre no Estado com o governador Eduardo Campos (PSB), fortalecido nessas
eleições e tendo uma oposição enfraquecida, no Recife – que a partir de janeiro
será o principal reduto político do PSB – não há indicativo de problemas graves
para o prefeito eleito Geraldo Julio (PSB) com as oposições. Embora tenha
enfrentado intensos ataques durante a campanha, desferidos pelos três
principais adversários – Humberto Costa (PT), Daniel Coelho (PSDB) e Mendonça
Filho (DEM) – nenhum deles deverá incomodar, de fato, a gestão socialista.
O
resultado obtido por esses três concorrentes e seus respectivos partidos nas
urnas indica que não há força suficiente para confrontar a máquina da Frente
Popular. Na avaliação do cientista político Túlio Velho Barreto, da Fundação
Joaquim Nabuco, os principais adversários do PSB saíram do pleito sem condições
de fazer uma oposição consistente.
O
PSDB, pela relação “dúbia” que mantém com o PSB, não deve reativar o tom duro
usado por seu candidato na campanha. “Embora
Daniel tenha aparentemente saído da disputa com um campo de oposição bem
demarcado contra o PSB, as alianças firmadas entre os dois partidos em outros
municípios e a amizade entre Eduardo, Sérgio Guerra e Aécio Neves impedem seu
crescimento na oposição”, analisa.
O
caso do DEM é ainda mais complicado. Segundo o especialista, antes de pensar em
se posicionar como oposição a Geraldo, o partido precisa rediscutir seu futuro
político. “Tanto no Recife como no Estado e
nacionalmente, o DEM tem encolhido a cada eleição. Agora, mais do que nunca, a
hipótese de fusão com o PSDB não pode ser descartada, porque o partido perdeu
muitos quadros e sua identidade. No Recife, com a dura derrota de Mendonça, o
DEM perdeu o terreno que lhe restava”, sentencia Barreto.
PT enfraquecido
Quanto
ao PT, o cientista político corrobora a avaliação que vem sendo feita após o
fracasso eleitoral de vários candidatos em cidades importantes do País,
inclusive no Recife. “O partido vai
enfrentar uma dura crise interna. No Recife, com a derrota de Humberto e João
Paulo, essa crise será bem maior que aquela que marcou o período da
pré-campanha”, prevê.
Segundo
ele, para dar a volta por cima o PT vai ter que trabalhar bastante
internamente, e não sobrará muito tempo para se dedicar à oposição. “Além disso, mesmo sem crise o PT em Pernambuco já
era historicamente fraco. Nunca conseguiu se estadualizar, nunca teve mais que
dez prefeitos, apesar dos doze anos de hegemonia na capital. Agora que as suas
duas principais estrelas foram derrotadas, a situação se agravou”,
afirma.
Barreto
adverte ainda que não se deve esperar que Humberto e João Paulo mantenham a
parceria que marcou a campanha. A expectativa é de que eles retomem a
antiga rivalidade, que remonta há mais de duas décadas de disputa por
espaço interno. “João Paulo só foi o vice
de Humberto para pagar a dívida que tinha com Lula, que em 2008 avalizou a sua
imposição do nome de João da Costa como candidato”, conclui
Barreto. As informações são do JC Online. (Foto/reprodução)
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