O candidato é barrado pela Lei da Ficha Limpa e vai recorrendo,
recorrendo, recorrendo, enquanto a campanha continua. Na noite do sábado,
véspera da eleição, ele é substituído por um parente ou uma pessoa de sua
confiança que não tem problemas na Justiça. Na manhã do dia seguinte, os
eleitores vão às urnas e encontram ali a foto e o nome do candidato barrado.
Votam nele, mas, na verdade, quem vai ser eleito e será prefeito é o seu filho
ou o seu "compadre".
Foi o que aconteceu por exemplo aqui pertinho de nós, na cidade de
Lagoa Grande, onde o candidato Robsom Amorim, incluído na lei do ficha Limpa
(ouserá ficha suja?).
A juíza do município de Lagoa Grande, no Sertão de São Francisco,
Ângela Mesquita Maranhão (81ª Zona Eleitoral), publicou, no sábado (06/10) -
véspera da eleição -, edital que comunicou a substituição do candidato a
prefeito pela coligação Frente Popular no município. Saia o socialista Robson
Amorim, que renunciou à disputa depois de ser impugnado pelo Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), e entrou o novo candidato Dhonikson (Dhoni) Amorim (PSB), que
é exatamente seu filho.
Parece ficção, mas é pura verdade. Em São Paulo, sete casos
tiveram esse desfecho. Cinco desses candidatos foram substituídos no sábado, ou
seja, um dia antes do primeiro turno das eleições municipais. Mas esse
"drible" na Lei da Ficha Limpa corre o risco de ser anulado. Em
decisão inédita, o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) de São Paulo invalidou, no
último dia 30, a
eleição de Camila Lima (PR) como prefeita da cidade de Euclides da Cunha
Paulista. Camila é filha de Maria de Lurdes Teodoro Lima (PMDB), e assumiu a
candidatura no lugar da mãe, barrada pela nova lei de inelegibilidade, horas
antes da votação. Lurdes teve o registro de candidatura negado por ter sido
condenada por improbidade administrativa por mais de um magistrado, em segunda
instância. Leia mais no Congresso em Foco.
Do Blog Quer Saber
Política
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