Próximos de uma condenação cada vez mais provável, mensaleiros já planejam a vida na prisão. Para passar o tempo, levarão na bagagem laptops, DVDs e até livros de poesia. E alguns estão preocupados em como assistirão aos jogos da Copa
ISTOÉ - Izabelle Torres
O maior julgamento da história do Supremo Tribunal Federal (STF) pode ter seu desfecho esta semana, com a prisão de 23 condenados por participar do esquema do mensalão. A iminência da cadeia levou grande parte dos réus a replanejar sua existência, depois de uma condenação cada vez mais provável. Na última semana, ISTOÉ conversou com pessoas próximas aos protagonistas do escândalo. A primeira preocupação dos condenados e de seus advogados é saber onde irão cumprir a pena recebida. Os réus querem ficar próximos das famílias, mas ao mesmo tempo num lugar onde sua integridade física possa ser garantida.
Quando esteve no presídio de Tremembé, no interior de São Paulo, em razão de delitos com a Receita, o operador do mensalão, Marcos Valério, chegou a exibir marcas de tortura pelo corpo. Embora o próprio Valério jamais tenha esclarecido do que se tratava, as circunstâncias da agressão apontam para um caso clássico de chantagem no interior de uma cadeia, pelo qual um detento é dominado e torturado por bandidos recolhidos no mesmo local, até que seus familiares comprem sua segurança em troca de polpudas somas em dinheiro.
Por essa razão, advogados dos condenados acreditam que a melhor opção para o cumprimento da pena seria manter seus clientes no presídio da Papuda, em Brasília. Na penitenciária da capital federal, estão sendo gastos mais de R$ 3 milhões na reforma de uma ala especial. É para lá que pretende ir o deputado Valdemar da Costa Neto (PR-SP) e os mineiros Ramon Hollerbach e Cristiano Paz.
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