A presidente Dilma Rousseff (PT) se reuniu longamente com seus conselheiros políticos na noite de ontem (10) e recebeu do grupo, que inclui o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a avaliação de que o quadro para a eleição presidencial segue indefinido e que o foco deve estar na negociação dos palanques estaduais para a campanha à reeleição.
De acordo com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, que integra o núcleo de conselheiros da presidente e participou do encontro, assim como o marqueteiro João Santana, ainda não está claro quais devem ser os principais adversários de Dilma em sua tentativa de se reeleger em 2014.
"Nós estamos a muito tempo da eleição. Estamos... analisando o palanque nos Estados. É isso que mais atenção exige nesse momento, porque dentro da própria base do governo, nós teremos situações de mais de uma candidatura. São muitos partidos, são muitas candidaturas competitivas e essa é a preocupação central das nossas conversas", disse Mercadante.
As bancadas do PMDB no Congresso Nacional têm mostrado inquietação com as mudanças recentes no cenário político, que inclui ainda a filiação de alguns parlamentares a legendas recém-criadas, e querem uma definição rápida da presidente sobre os palanques estaduais.
Os adversários mais prováveis de Dilma que aparecem com mais força na disputa pela Presidência da República no ano que vem são o presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), e o presidente do PSB, governador Eduardo Campos, agora aliado à ex-senadora Marina Silva, que se filiou ao PSB e disse que a candidatura do pernambucano já está posta.
Mercadante, no entanto, fez a avaliação de que nenhuma das duas candidaturas está confirmada, lembrando que Aécio ainda pode enfrentar a concorrência interna do ex-governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e que Marina, melhor colocada que Eduardo nas pesquisas eleitorais, pode postular a candidatura pelo PSB.
O ministro disse, ainda, que a ordem agora é se concentrar "na qualidade do governo" e que há uma segurança em relação ao leque de alianças atual de Dilma, que o ministro classificou como "muito amplo, muito sólido, muito consolidado com os principais partidos do país". "Esperávamos três candidaturas, agora temos duas. Não está claro ainda quem serão os candidatos em nenhum dos dois partidos. A priori, se consolidam dois nomes."
Mercadante disse que Dilma deve promover uma reforma ministerial no fim do ano, de forma a liberar os ministros que pretendem ser candidatos nas eleições do ano que vem em seus Estados, mas destacou que esse assunto não foi tratado no encontro desta quinta-feira.
Exame.
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