Após assistir na noite de quinta-feira (10) ao programa de televisão do Partido Socialista Brasileiro, o governador Eduardo Campos respondeu, por cerca de 40 minutos, a perguntas enviadas por internautas. Nas questões relacionadas à economia, o gestor defendeu, entre outros pontos, maior disciplina fiscal do governo e uma estratégia para o comércio internacional que vá além do Mercosul.
Eduardo disse estar preocupado com a possibilidade de o país desperdiçar as conquistas das últimas décadas, citando, como exemplos, a estabilidade econômica e a inclusão de milhões de brasileiros ao mercado de trabalho. “A inflação está sempre rondando o nosso imaginário”, disse o governador, que também criticou o baixo crescimento econômico dos últimos anos.
Na sua avaliação, o Brasil precisa retomar a rota de corte na taxa básica de juros, o que só será possível com disciplina fiscal por parte do governo e reestabelecimento da confiança do setor privado, por meio de regras claras para investimentos.
“Precisamos construir uma política articulada que reponha o processo que vivemos no passado recente, que recomponha a taxa de juros para limites de padrão mundial. Isso é um dever de casa que temos que fazer com muito zelo, entendendo que ele exige disciplina e precisamos ter essa disciplina, porque o Brasil não pode ficar como o campeão de juro real do mundo”, disse Eduardo.
O presidenciável também cobrou uma visão de longo prazo do governo acerca do comércio mundial. Na sua avaliação, após a eclosão da crise financeira, em 2008, as principais forças econômicas do planeta revisaram seus planos estratégicos e o Brasil deveria ter feito o mesmo.
“O Brasil não pode ficar amarrado aos mecanismos de um Mercosul sem olhar as tantas mudanças que ocorrem na geografia econômica global. Precisa olhar para a produtividade da economia, com investimento em infraestrutura e estímulo à inovação. É um trabalho complexo, possível, dá pra fazer, mas é preciso olhar para além das eleições”, completou.
O governador direcionou as críticas à gestão da presidente Dilma Rousseff (PT), poupando o antecessor. De acordo com ele, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez o Brasil subir alguns degraus e hoje há o receio de se “deixar a economia degradar e descer vários degraus rapidamente”.
Valor.
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