O secretário-geral da Presidência do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Carlos Henrique Braga, disse, no encerramento do curso de Capacitação e Treinamento no Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro, que a Justiça Eleitoral é referência mundial no que se refere à votação eletrônica, mas ainda pode evoluir em aspectos como a análise da prestação de contas de candidatos. O curso aconteceu de segunda (7) a quinta-feira (10) na sede do TSE, em Brasília-DF, e contou com mais de 100 participantes.
“Não basta falar, precisamos fazer. Realizamos o encontro, desenvolvemos reflexões, mas daqui para frente seremos células que ajudarão na construção de um país cada vez mais livre de corrupção”, afirmou o secretário, ao agradecer, em nome da presidente do Tribunal, ministra Cármen Lúcia, a participação, no evento, do Ministério da Justiça/Polícia Federal, Ministério da Fazenda/Coaf, Banco Central, Receita Federal e Controladoria-Geral da União.
Para o coordenador de Exame de Contas Eleitorais e Partidárias do TSE, Thiago Bergmann, o curso foi muito proveitoso porque proporcionou a troca de experiências para aprimoramento do exame das contas eleitorais. O coordenador destacou que será criado um grupo de discussão em uma rede social para que os participantes continuem a debater os temas do evento.
Júlio Cesar Diniz Rocha, coordenador da seção correspondente à de Thiago no Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais, também reiterou a importância da troca de experiências. “O curso foi de alta qualidade e verificamos a quantidade de ferramentas que outros órgãos podem compartilhar conosco para auxiliar na prestação de contas”, afirmou o coordenador.
Tecnologia nas investigações
A última palestra do evento, sobre o tema “Conceito e utilização de tecnologia nas investigações de lavagem de dinheiro”, foi proferida na manhã desta quinta-feira (10) por Roberto Zaina, agente da Polícia Federal e coordenador do Laboratório de Tecnologia contra Lavagem de Dinheiro , cujo gestor é o Ministério da Justiça.
Zaina fez uma analogia com uma aeronave para explicar a importância de se intercalarem dados com tecnologia e com cognição humana para o bom desfecho de uma investigação sobre movimentação financeira. “Não é só apertar o botão”, ilustrou Zaina para destacar que, assim como para uma aeronave decolar, é necessária toda uma engenharia e treinamento de pilotos; para uma investigação ser bem-sucedida, não basta apenas o aparato tecnológico. O essencial é que haja o cruzamento dos dados levantados por meio de uma ferramenta tecnológica eficaz, mas sempre se valendo da percepção humana.
Para tanto, Roberto Zaina destacou que, para se montar um laboratório de investigação como os 16 já concluídos pelo Ministério da Justiça em vários órgãos, e os 12 que estão em fase de implantação, é imprescindível que os analistas de informação trabalhem ao lado dos analistas de Tecnologia da Informação.
O curso
Organizado pela Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA), o curso foi realizado no TSE durante os quatro últimos dias.
A ENCCLA foi criada em 2003, por iniciativa do Ministério da Justiça, como forma de contribuir para o combate sistemático à lavagem de dinheiro no país. Consiste na articulação de diversos órgãos dos Três Poderes da República, Ministérios Públicos e da sociedade civil que atuam, direta ou indiretamente, nessa área com o objetivo de identificar e propor seu aprimoramento.
Nesse contexto, o Programa Nacional para capacitação e treinamento para o Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (PNLD) surgiu para o cumprimento de uma das metas da ENCCLA e para a capacitação de agentes públicos e para orientação da sociedade.
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