domingo, 27 de outubro de 2013

Sempre desconfie, e cuidado com a fadiga dos metais

CARLOS CHAGAS
Há tempos que duas concepções se chocam: “os números não provam nada” e “os números não mentem”. Melhor ficar entre elas, aceitando os números mas desconfiando deles.
O Ibope acaba de anunciar sua nova pesquisa sobre a sucessão presidencial, deduzindo-se que Dilma se reelegerá no primeiro turno caso seus adversários sejam Aécio Neves e Eduardo Campos. Na hipótese de enfrentar Marina Silva ou José Serra, a presidente se submeterá à segunda votação, mas vencerá cada um deles.
A leitura desses números é de que caso não sobrevenham inusitados o segundo mandato parece garantido e, em conseqüência, o Lula ficará fora da disputa.
Claro que será diferente se a economia desandar, se a rebelião nas ruas se multiplicar e se os projetos do governo fracassarem, entre outras hipóteses imprevistas. De qualquer forma, o quadro é esse, hoje. A conseqüência revelará 16 anos de governo do PT.
Tanto em política quanto em mecânica, registra-se um fenômeno implacável: a fadiga dos metais e dos partidos. Ainda mais quando, em se falando dos companheiros, sente-se não ter havido renovação.
Houve debandada, quando em grande parte a intelectualidade petista pulou fora, desiludida precisamente com a performance dos líderes fundadores. Obviamente que não se inclui o Lula entre eles, mas o ex-presidente parece não estar sendo atendido quando prega a renovação. Com raras exceções, os governadores, os prefeitos e as bancadas parlamentares do PT são os mesmos. Não há maiores sinais de novas lideranças emergirem das eleições do próximo ano. Bem ou mal, os metais estão em plena movimentação. Cuidado com eles.

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