segunda-feira, 18 de março de 2013

As festas, as consequências e os jovens que nunca mais voltarão para casa


Eudes Francisco dos Santos, 24 anos, saiu de casa no ultimo sábado (16) para curtir uma festa que planejava há dias. Foi ao Pátio de Eventos de Petrolina, próximo ao aeroporto, participar do evento “Se For Beber Me Chame”.
Naquela noite ele não voltou para casa e sua família ficou preocupada. Um dia depois a família dele foi obrigada a viver com uma troca brutal: trocou a preocupação pelo choro. Ele nunca mais voltará, pois foi assassinado por Danyllo dos Reis Santos de 20 anos.
A Justiça, semana passada, fechou o Bode do Geraldo e tem jogado duro para que outros estabelecimentos não liguem sonorização.
Enquanto isso, as festas com bebidas de graça, com entrada indiscriminada de menores que consomem álcool livremente continuam. Isso sem falar nas drogas e no sexo livre nos capôs dos carros ou nas muretas, muitas vezes praticadas por menores recém saídos da puberdade. Ou não.
Acho que proibir o som ou as festas fere o direito constitucional do cidadão. O direito de escolha é livre, o que falta é o Estado agir. A mesma justiça que proíbe o som precisa cobrar a fiscalização, a repressão e aumentar o tom para conter os abusos. A justiça está preocupada com quem morre de raiva pelo som alto e está se esquecendo que nossos jovens estão morrendo, de fato!
Quantos mais garotos como Eudes teremos que perder para que se tome uma atitude. A.T.I.T.U.D.E.
Toda segunda feira contamos os mortos por drogas, bebidas e toda sorte de infortúnios. Todos sabem que nessas festas acontecem esses excessos e ninguém faz nada.
É urgente uma postura mais contundente da sociedade civil e das autoridades para esse combate. Não dá pra gente fingir que não existiu, que não é com a gente, por que é. Não podemos aceitar que a mobilização só comece quando acontecer com um filho de um graduado. Não existe cidadão classe A ou B.
Espero que o prefeito ou algum vereador chame para sí esta responsabilidade. Que convide promotores de eventos para uma audiência pública, com as presenças de magistrados, policiais e quem deseje salvar vidas. Antes que seja tarde demais, como foi para Eudes. Para que ele não vire apenas estatística.
Do Blog do Carlos Britto

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