Eudes Francisco dos
Santos, 24 anos, saiu de casa no ultimo sábado (16) para curtir uma festa que
planejava há dias. Foi ao Pátio de Eventos de Petrolina, próximo ao aeroporto,
participar do evento “Se For Beber Me Chame”.
Naquela
noite ele não voltou para casa e sua família ficou preocupada. Um dia depois a
família dele foi obrigada a viver com uma troca brutal: trocou a preocupação
pelo choro. Ele nunca mais voltará, pois foi assassinado por Danyllo dos Reis
Santos de 20 anos.
A
Justiça, semana passada, fechou o Bode do Geraldo e tem jogado duro para que
outros estabelecimentos não liguem sonorização.
Enquanto
isso, as festas com bebidas de graça, com entrada indiscriminada de menores que
consomem álcool livremente continuam. Isso sem falar nas drogas e no sexo livre
nos capôs dos carros ou nas muretas, muitas vezes praticadas por menores recém
saídos da puberdade. Ou não.
Acho
que proibir o som ou as festas fere o direito constitucional do cidadão. O
direito de escolha é livre, o que falta é o Estado agir. A mesma justiça que
proíbe o som precisa cobrar a fiscalização, a repressão e aumentar o tom para
conter os abusos. A justiça está preocupada com quem morre de raiva pelo som
alto e está se esquecendo que nossos jovens estão morrendo, de fato!
Quantos
mais garotos como Eudes teremos que perder para que se tome uma atitude.
A.T.I.T.U.D.E.
Toda
segunda feira contamos os mortos por drogas, bebidas e toda sorte de
infortúnios. Todos sabem que nessas festas acontecem esses excessos e ninguém
faz nada.
É
urgente uma postura mais contundente da sociedade civil e das autoridades para
esse combate. Não dá pra gente fingir que não existiu, que não é com a gente,
por que é. Não podemos aceitar que a mobilização só comece quando acontecer com
um filho de um graduado. Não existe cidadão classe A ou B.
Espero
que o prefeito ou algum vereador chame para sí esta responsabilidade. Que
convide promotores de eventos para uma audiência pública, com as presenças de
magistrados, policiais e quem deseje salvar vidas. Antes que seja tarde demais,
como foi para Eudes. Para que ele não vire apenas estatística.
Do Blog do Carlos Britto
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