domingo, 5 de maio de 2013

FBC e as especulações em torno do seu nome

Por Gilberto Prazeres, editor do Blog da Folha
Da Folha de Pernambuco

A possibilidade de o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), ingressar na disputa sucessória do Palácio do Campo das Princesas, no próximo ano, como eventual adversário do nome a ser indicado pelo governador Eduardo Campos (PSB) mexeu, e muito, com os cenários que já se configuravam para o pleito. O auxiliar da presidente Dilma Rousseff (PT) surgiu, inicialmente, como uma provável opção do PT em resposta às movimentações do chefe do Executivo estadual para o fortalecimento de sua postulação presidencial. Na sequência, o gestor sertanejo foi ligado a um quadro bem mais ousado, no qual assumiria o comando em Pernambuco de uma legenda de médio porte da base aliada do Governo Federal, para a constituição de uma chapa majoritária, que já incluiria o próprio PT e o PP. A mais recente especulação projeta um retorno de Bezerra Coelho ao PMDB, que é comandado pelo senador Jarbas Vasconcelos no Estado. Contudo, esse movimento implicaria numa intervenção da instância nacional peemedebista. Algo que poderia gerar, no mínimo, um constrangimento considerável.

O ministro Fernando Bezerra Coelho não esconde de ninguém o seu desejo, tratado muitas vezes como um sonho, de governar Pernambuco. E há uma interpretação de bastidor de que este seria o seu melhor momento para ingressar na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas. O comandante da Integração Nacional tem capilaridade no Interior do Estado e um trânsito invejável junto ao empresariado local. Como ex-secretário de Desenvolvimento Econômico estadual, foi justamente o gestor que construiu as pontes necessárias para o desembarque de grande parte das empresas que chegaram ao Complexo Portuário de Suape nos últimos anos. No entanto, é no campo político que Bezerra Coelho encontraria as maiores resistências. Ele não apareceria na lista idealizada pelo governador Eduardo Campos para representar o PSB.

Sem contar com a preferência do líder da Frente Popular de Pernambuco, Fernando Bezerra teria seu desejo satisfeito pelo PT. O Partido dos Trabalhadores, que saiu enfraquecido da disputa pela Prefeitura do Recife, no ano passado, vê seus principais nomes envolvidos numa briga interna que parece sem fim. Como atualmente não haveria um petista “legítimo” em condições de brigar pelo Governo do Estado com condições de vencer a eleição, a legenda apostaria na “conversão” de um aliado, e o ministro da Integração Nacional reuniria as condições consideradas como ideais para a missão.

Entretanto, como no PT nada é tão fácil de se concretizar, o ministro poderia encontrar resistência em algumas das tendências do partido que, atualmente, flertam com o Palácio do Campo das Princesas. Vale lembrar que após as polêmicas prévias para a escolha do candidato petista à Prefeitura do Recife, o partido não conseguiu chegar ao consenso em nenhum dos debates que se apresentaram até o momento.

Para evitar possíveis problemas com a logística do PT pernambucano, alguns aliados do ministro Fernando Bezerra Coelho entendem que o melhor caminho para o gestor é contar com o apoio do partido da presidente Dilma Rousseff, mas entrar na disputa por outra legenda. Esse cenário ainda apresentaria um outro ponto significativo capaz de seduzir ainda mais o chefe da Integração Nacional. O comando de uma sigla da base do Governo Federal possibilitaria ao sertenejo um caminho mais seguro na disputa estadual. Com o controle de sua agremiação, Bezerra Coelho teria como evitar qualquer investida da Frente Popular para minar suas pretensões. Além do fato de que uma legenda somada à dupla PT/PP poderia render um tempo significativo ao ministro.

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