Há exatamente 24 anos, o verso “olha pro céu, meu amor, vê como ele está lindo”embalava brasileiros de todo o país no adeus ao Velho Lua. Luiz Gonzaga do Nascimento, pernambucano de Exu, no Sertão do Araripe, morreu em 2 de agosto de 1989, após mais de 40 dias de internação por causa de um câncer, que terminou com uma parada cardiorrespiratória.
O Rei do Baião nasceu numa sexta-feira, 13 de dezembro de 1912, e não foi coroado à toa. É tido como o maior expoente da cultura nordestina e um dos maiores artistas que o Brasil já teve. Foi a força das músicas escritas, tocadas e cantadas por ele que o Nordeste passou a ser descoberto. Das festas juninas ao flagelo da seca, dos costumes interioranos à migração dos nordestinos, Gonzagão conquistou o país.
Cantou a seca, a mulher, o amor, a desilusão, a extrema pobreza e a alegria. Foi o primeiro artista a romper o costume de shows apenas no eixo Rio-São Paulo, saindo em apresentações Brasil adentro. Foi o músico que mais vendeu discos no país entre os anos de 1946 e 1955. Entre os maiores sucessos está a imortal “Asa Branca”, que até hoje é uma espécie de hino do Nordeste.
Gonzaga teve dois herdeiros musicais: o primeiro foi o filho Gonzaguinha, um dos principais nomes da MPB, com quem fez parcerias de sucesso a partir de 1979, mas com quem manteve durante toda a vida uma relação tumultuada. Gonzaguinha partiu menos de dois anos depois do pai, vítima de um acidente automobilístico.
O segundo ’filho’ não tinha laços de sangue, nem era adotivo. Dominguinhos era poucos anos mais novo que Gonzaguinha, pernambucano de Garanhuns e - assim como o Velho Lua - apaixonado pela sanfona. Ele e Gonzaga eram unidos pelo amor à música e pelas lições que o destino encarregou o mais velho de ensinar ao mais novo. Dominguinhos faleceu no último dia 23, depois de lutar por seis anos contra um câncer. Até na doença os dois tiveram o mesmo destino.
Nesta sexta-feira (2), o trio está completo e a festa será grande lá no céu. Por aqui, restam as homenagens e a gratidão a Luiz Gonzaga, pernambucano de garra que fez o Brasil inteiro conhecer e amar a vida e a história do Nordeste. (Fonte/foto: Fundarpe)
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