O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) informaram que a interrupção no fornecimento de energia que atingiu a Região Nordeste na tarde de ontem (28) foi causada por uma queimada em uma fazenda no município de Canto do Buriti, no Piauí, que resultou no desligamento de linhas de transmissão.
Foi desligada a linha de transmissão Ribeiro Gonçalves-São João do Piauí devido à queimada. Às 15h04, o circuito foi religado manualmente, mas um novo desligamento pelo mesmo motivo ocorreu às 15h06. A linha de transmissão é da empresa Ienne, controlada pela espanhola Isoluxx. Segundo o ONS, às 15h08, também devido a uma queimada, foi desligada a segunda linha Ribeiro Gonçalves-São João do Piauí, da Taesa, empresa controlada pela Cemig, configurando uma contingência dupla, o que levou à perda de sincronismo e à consequente separação da Região Nordeste do restante do Sistema Interligado Nacional (SIN), havendo perda de carga de aproximadamente 10,9 mil megawatts.
“A linha passa na Fazenda Santa Clara. Houve desligamento inicial às 14h58, foi recomposta em seguida, mas logo depois uma nova incidência fez com que perdêssemos toda a carga do Nordeste. Quarenta minutos depois, já tínhamos o reinício da ligação das cargas em todas as capitais”, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que esteve na sede do ONS, no centro do Rio.
Houve o desligamento adicional de mais três linhas de transmissão que fazem a interligação do SIN com a Região Nordeste: Presidente Dutra -Teresina (circuitos 1 e 2), Presidente Dutra-Boa Esperança e Bom Jesus da Lapa-Rio das Éguas. “Após identificada a origem da ocorrência, deu-se início à recomposição das cargas da Região Nordeste, tendo a das capitais sido, praticamente, concluída às 17h30”, diz a nota divulgada no início da noite pelo ONS.
O diretor-geral do ONS, Hermes Chipp, explicou que a queimada causou um curto-circuito no sistema. “Houve uma contingência dupla na linha de 500 quilovolts São João do Piauí-Ribeiro Gonçalves. Com isso, se abriram outras linhas de 500 KV, que conduziram à separação de todo o sistema Nordeste do restante do sistema interligado. Aí a carga é muito maior do que a geração da região, ocorrendo o desligamento”, explicou Chipp. (Agência Brasil)
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