As declarações de socialistas
de que a “dívida” do partido com o PTB já estaria quitada com o apoio à eleição
ao Senado de Armando Monteiro Neto repercutiram mal entre os petebistas.
Pré-candidato ao governo e alvo das críticas, Armando Monteiro considerou o
comentário “arrogante e enviesado”. “Até por terem sido colocações em
off, prefiro não repercutir”, disse o líder petebista. Ainda assim, o senador
classificou o fato como “fora de propósito”. “São afirmações pequenas, de
alguém sem compreensão do processo”, avaliou.
Apesar da tensão que marca a relação entre o
PSB e o PTB nos últimos dias, Armando não considera que o clima entre os
partidos é de pré-rompimento. “Existe algo que sempre incomodou que é a nossa
posição autônoma. Temos nossas próprias visões, que podem incomodar certos
setores, mas isso não vai nos desviar da nossa rota.”
Na edição do JC do sábado, fontes palacianas,
que preferiram não se identificar, afirmaram não ter havido gesto maior a
Armando do que a indicação ao Senado, em detrimento de uma candidatura do PSB
(Fernando Bezerra Coelho), que estava em melhores condições nas pesquisas.
Diferentemente do Armando, outros petebistas
preferiram responder na mesma moeda. “Enquanto eles estiverem falando em off,
vão receber respostas em off”, disse ontem um representante do partido. “É
preciso acabar essa história em Pernambuco de que o PSB pode tudo e os seus
aliados não podem nada”, cravou. Segundo ele, a briga de bastidores que se
desenrola entre os dois partidos não foi provocada pelo PTB. “Se tem um partido
que tem um projeto pessoal é o PSB. Eles querem ter candidato a presidente, a
governador e a prefeito”, critica.
Já o secretário-geral do PTB no Estado,
deputado estadual José Humberto Cavalcanti, preferiu um discurso mais
diplomático. “A dimensão de um partido ou a postulação de uma candidatura não
podem ser avaliadas assim. Se (Armando Monteiro) foi indicado pelo conjunto das
forças (da Frente Popular), é porque tinha valor. Tanto é que teve a votação
que teve”, ponderou, referindo-se ao fato de o líder do PTB ter sido o senador
mais votado nas eleições de 2010, à frente de Humberto Costa (PT).
O deputado lembrou ainda que, em 2010, o
apoio do governo federal foi “fundamental” para o êxito da chapa Eduardo,
Armando e Humberto. “Não aceitamos exclusão nem veto. Como o PTB tem um nome
(para o governo) que é bem visto, talvez estejamos sendo alvo de uma ação para
nos diminuir”. (Jconline/foto).
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