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“Na história deste país, se a juventude lesse a biografia de Getúlio Vargas, de Juscelino Kubitschek e outras biografias, provavelmente não iriam desprezar a política, e muito menos a imprensa ia avacalhar a política como avacalha hoje. Não há nenhum momento da história, em nenhum lugar do mundo, que a negação da política tenha trazido algo melhor do que a política. O que aparece sempre quando se nega a política é um grupo praticando, na verdade, a ditadura”, afirmou Lula.
A Sarney, declarou: “Quero colocar sua presença na Presidência [da República] no momento da Constituição em igualdade de forças com o companheiro Ulysses [Guimarães, presidente da Assembleia Constituinte], porque, em nenhum momento, mesmo quando o senhor era afrontado no Congresso, o senhor não levantou um único dedo para colocar qualquer dificuldade aos trabalhos da Constituinte, e certamente foi o trabalho mais extraordinário que o Congresso já viveu”, disse Lula.
Presidida pelo senador Renan Calheiros, a sessão conta também com a presença do ex-presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, também constituinte. Ao anunciar a realização da sessão especial, Renan Calheiros referiu-se à Constituição promulgada em 5 de outubro de 1988 como “a mais longeva Constituição democrática brasileira”. Na cerimônia, são condecorados com a Medalha Ulysses Guimarães, além dos ex-presidentes, todos os atuais senadores que participaram da Assembleia Nacional Constituinte.
Em seu discurso, Renan fez homenagem a cada ex-presidente. “Faço uma saudação especial ao presidente José Sarney, a quem sempre deveremos essa referência por ter convocado essa constituinte”. Já Fernando Henrique Cardoso, que não pôde comparecer à sessão por motivo de doença, definiu como “um grande democrata do qual tive a honra de ser seu ministro”. O senador homenageou Lula “por sua aguda sensibilidade social reconhecida mundialmente e que fala por si só”.
“Entendo a constituição como um organismo vivo que tem como alma a própria democracia, elemento fundante da nossa carta magna”, afirmou o presidente do Congresso, que ressaltou “muitos avanços” conquistados ao longo desses 25 anos, como o voto aos 16 anos de idade e a participação popular. “A constituição cidadã nos devolveu a livre manifestação do pensamento”, declarou Renan Calheiros. O parlamentar também defendeu que, com a mudança da sociedade, é preciso também mudar as leis.
Foram homenageados ainda o relator-geral da Constituinte, o ex-senador Bernardo Cabral; a cantora Fafá de Belém, representando os artistas que mobilizaram o povo pela convocação da Constituinte; o jornalista Rubem Azevedo Lima, representando a imprensa; e o senador Inácio Arruda (PCdoB-CE) que, embora não tivesse mandato à época, atuou na defesa de emendas de iniciativa popular. O presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Eduardo Alves; e o vice-presidente da República, Michel Temer, também compõem a mesa desta sessão especial.
(Brasil247)
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