quinta-feira, 15 de novembro de 2012

Usina Cruangi deixa de moer e tira emprego de 5 mil


Pela primeira vez, a mais do que centenária Usina Cruangi, localizada em Timbaúba, Mata Norte pernambucana, não irá moer para produção açúcar e álcool. A seca, que chegou à região, contribuiu, mas não foi o fator fundamental. Os acionistas não conseguiram quitar parte do passivo financeiro para iniciar a moagem, deixando mais de cinco mil trabalhadores sem emprego.
No percurso que iniciamos, hoje, pela Zona Mata, para levantar os efeitos da maior seca dos últimos 50 anos no Nordeste, nos deparamos com a usina fechada, mas a cana produzida em suas terras está sendo vendida às usinas parceiras. Com a venda da cana, o apurado somente dará para quitar o débito com os trabalhadores, valor da ordem de R$ 7 milhões.

Mas a usina continuará em débito com os fornecedores de cana, em torno de R$ 8,2 milhões, além de R$ 800 mil das entidades de classe dos produtores. O passivo maior está sendo gerado em função da decisão do fechamento da unidade que ainda encontra-se apta para moer.
“O caos social vai tomar conta dos sete municípios com vocação econômica focada na moagem da cana da Usina Cruangi, em Timbaúba”, diz um dirigente da usina, que pediu para omitir seu nome. Segundo ele, toda usina quando para sazonalmente de moer precisa de uma manutenção para voltar a funcionar, algo em torno de R$ 4,5 milhões.
“O valor é insignificante para Cruangi, que faturou R$ 165 milhões na safra passada e teve a terceira maior produção no Estado, alcançando a segunda maior produtividade agrícola”, revela um funcionário bem antigo, que também não quis se identificar temendo represálias. 
A opção dos acionistas em vender a cana para outras unidades para pagar somente a dívida com trabalhadores e deixar a usina fechada prejudica toda uma cadeia produtiva e econômica canavieira na região do seu entorno, especialmente o município de Timbaúba, que vivia em função da usina.
 Do Blog do Magno

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