quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

em Bodocó, no Sertão do Araripe, moradores denunciam cobrança de água de programa do exército brasileiro


O Jornal do Comercio, deu destaque sobre uma reportagem em Bodocó, no Sertão do Araripe, distante 649 km do Recife, há reservatórios de polietileno funcionando, mas sem que haja a água da chuva para armazenar precisam esperar pelos caminhões-pipa, tanto da Operação Seca, do Governo do Estado; quanto da Operação Pipa, do Exército, e é nestas ocasiões que aparecem os aproveitadores e vendem a água que deveria ser distribuída gratuitamente

Benedito José de Souza tem 55 anos e foi beneficiado com uma cisterna de plástico, esperou que esta fosse regularmente abastecida pelos carros pipas, mas, no entanto um motorista de um dos caminhões que tinha o símbolo do Exército lhes disse, “que a água era de poço e, por isso, tinha ele que pagar dez reais”.

Pode parecer pouco para quem vive na cidade grande e sofre apenas com os estouros das tubulações da Compesa, mas para quem é praticamente obrigado a vender o gado 90% mais barato do que comprou, a situação é dramática. Benedito conta a história de conhecidos que compraram gado a R$ 2 mil por cabeça e hoje, na hora de vender, o novo dono não pega mais do que R$ 200 e mesmo assim, o bezerro tem que ir junto. “Melhor do que perder carne e couro”, disse o agricultor.

Situação às vezes pior do que esta é visto, na mesma cidade, Francisco Ferreira Jacó, de 75 anos, passou por igual situação. Para ele, ainda foi pior, não tinha a quantia e precisou recorrer a um vizinho e, na hora de receber, a água não dava para beber. Segundo ele, era de açude. “Era água salobra, que não dava para beber”, contou.

Um pouco antes de Bodocó, em Sertânia, a 316 km do Recife, Sertão do Moxotó, outro pequeno agricultor fez nova denúncia. Desta vez, o alvo foi a Prefeitura. O trabalhador, de 70 anos, que preferiu não se identificar, “garante que quem não votou na então prefeita e candidata derrotada à reeleição, Cleide Ferreira (PSB), não recebeu a cisterna, aqui é sempre assim, quem vota contra é perseguido, essas coisas vêm sempre para quem vota neles, não vieram aqui, não ofereceram nada”, disse ele.

Procurados pela reportagem do JC, o Exército garantiu que a água da Operação Pipa não deve ser paga e quem for cobrado tem que denunciar. Nos caminhões, há um telefone para os moradores fazerem as denúncias. O mecanismo dessa operação não conta com pessoal e nem equipamento das Forças Armadas. O pipeiro é contratado e pago de acordo com a distância e a dificuldade de acesso aos locais onde a água deve ser entregue. Sobre a denúncia de Sertânia, o aludido veículo de comunicação tentou entrar em contato com a prefeitura, mas não obteve sucesso.

Fonte: Jornal do Commercio

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