A Comissão Nacional da Verdade e o Coletivo Sindical anunciaram hoje (16) a realização de ato público, na próxima segunda-feira (22), para marcar os 30 anos da greve geral de 1983, quando o movimento sindical chamou a população para uma paralisação contra o regime militar em vigor na época.
O ato pretende ainda chamar a atenção para o fato de que, naquele período, diversas empresas contribuíram com a ditadura militar e apoiaram a perseguição de seus trabalhadores pelos órgãos de repressão do governo, inclusive fornecendo listas com nomes de pessoas que poderiam ser consideradas contra o regime.
O evento é organizado principalmente pelo Coletivo Sindical, composto pela Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, Central Geral dos Trabalhadores (CGTB), União Geral dos Trabalhadores (UGT), Nova Central, Intersindical, Central Sindical Popular (Conlutas), Central dos Sindicatos Brasileiros (CSB) e Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB). O movimento será feito no Sindicato Nacional dos Aposentados e será aberto ao público.
A coordenadora da Comissão Nacional da Verdade, Rosa Cardoso, disse que o grupo de trabalho e a comissão farão investigações sobre os sindicatos que foram invadidos na época do regime militar, quantos e quais dirigentes sindicais foram cassados e presos pela ditadura, além de levantamentos sobre a destruição do patrimônio documental e físico dos sindicatos e a vinculação das empresas com a repressão.
Também serão investigadas a relação do serviço de segurança das empresas estatais e privadas com a repressão e a atuação das Forças Armadas, a legislação antissocial e antitrabalhadores, a repressão às greves, o tratamento dado à mulher trabalhadora durante a repressão, a avaliação dos prejuízos causados aos trabalhadores e suas entidades para reparação moral, política e material.
Ao final das investigações, a Comissão Nacional da Verdade e o Coletivo Sindical farão um relatório detalhado que será usado para buscar as reparações julgadas necessárias.
Com informações da Exame.
Nenhum comentário:
Postar um comentário