O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou hoje que o Brasil está mais preparado que os outros países emergentes para enfrentar as turbulências que chamou de “minicrise econômica mundial”. Segundo o ministro, diferentemente de outros países, o Brasil não apresenta queda nas reservas nem no fluxo de capitais estrangeiros. “Temos um mercado com maior liquidez e mais segurança”, sustentou, durante Almoço-Debate promovido pelo LIDE – Grupo de Líderes Empresariais, liderado pelo empresário João Doria Jr., que aconteceu no Hotel Grand Hyatt, em São Paulo, e contou com a presença de 330 empresários.
Mantega disse que não acredita numa desvalorização permanente das moedas dos países emergentes e que o governo vai continuar utilizando instrumentos, como leilões cambiais, para impedir o excesso de valorização do dólar. Ele afirmou que, em 2012, o governo precisou intervir para segurar a valorização do real, que melhorou a competitividade das empresas brasileiras, mas trouxe um pouco de pressão inflacionária. “O que é difícil é quando o dólar dá um sobressalto como agora”, afirmou. “Usaremos todos os nossos recursos, que não são poucos, para impedir que o dólar ultrapasse a valorização normal que teria.”
Durante o evento, o ministro apresentou indicadores e estimativas sobre crescimento econômico em vários países. “Talvez tenhamos deixado para trás o pior da crise, o que é bom para todo mundo”, disse. Ele admitiu que o primeiro semestre “não foi grande coisa para ninguém”, mas mostrou-se confiante na recuperação. “Todo mundo está crescendo menos do que deveria em 2013, mas o Brasil, felizmente, está entre os países que podem crescer um pouco mais.” A previsão é de que o país apresente crescimento entre 0,7% e 0,8% no segundo trimestre (a informação oficial será divulgada até o fim desta semana).
Mantega observou que os indicadores do primeiro trimestre demonstram que a produção industrial está crescendo, a agricultura terá safra recorde e o desemprego manterá um patamar favorável. “A confiança do consumidor também começa a melhorar em agosto”, disse o ministro, que espera uma melhora dos indicadores do comércio.
Ele ressaltou a importância da continuidade aos investimentos, por meio de parcerias entre os setores públicos e privados. Entre eles, o programa de concessões de rodovias, ferrovias e aeroportos. “Estamos caprichando nas condições e na rentabilidade, pois queremos que dê certo e com isso, poderemos ter um grande impulso nos investimentos do País.”
Reforma tributária e desoneração
Indagado pelos empresários sobre a reforma tributária, Mantega informou que o governo está promovendo a reforma do ICMS, que já está em tramitação no Congresso. Ele lembrou, entretanto, que esta reforma esbarra em conflitos entre os Estados. “Continuaremos a trajetória de desonerar mais a indústria e os investimentos”, acrescentou. (Blog do Jamildo).
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