Contagem (Minas Gerais) - O advogado do
goleiro Bruno, Lúcio Adolfo, e o promotor Henry Vasconcelos bateram boca
durante o depoimento da delegada Ana Maria dos Santos, no primeiro dia de
julgamento do ex-jogador do Flamengo no processo de
desaparecimento e morte de Eliza Samudio, nesta segunda-feira.
O advogado de defesa reclamou com a juíza Marixa
sobre como estava sendo redigida a ata do julgamento. O promotor Henry, então,
refez a pergunta destinada à testemunha e tentou esclarecer os fatos. Lúcio
Adolfo se levantou e desafiou a promotoria em um bate-boca. "O senhor me
respeite. Excelência, o bicho vai pegar", disse o promotor à juíza,
apontando para o defensor de Bruno.
Primo de Bruno fez 'xixi' nas calças ao ver crime
A delegada Ana Maria dos Santos foi a primeira
testemunha a falar nesta segunda-feira e seu depoimento já passa de quatro
horas. Ao ser perguntada pelo promotor Henry Vasconcelos sobre as reações
fisiológicas que Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno, teve nos últimos momentos de
vida de Eliza Samudio, a delegada Ana Maria dos Santos, disse que ele urinou na
própria roupa.
Delegada Ana Maria dos Santos
chega ao Forum de Contagem | Foto: Alexandre Brum / Agência O Dia
A delegada colheu o depoimento de Jorge, que é uma
das principais testemunhas do crime. De acordo com esse depoimento, Ana Maria
contou que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, também acusado do
crime, cheirou as mãos de Eliza e perguntou se ela usava drogas.
“Ele pediu para que ela virasse de costas, começou
a apalpá-las e a estrangulou", disse a delegada. Ela contou ainda que
Macarrão, na época braço-direito de Bruno, teria chutado a ex-modelo, quando
ela já estava caída no chão. Segundo Ana Maria, Jorge afirmou que viu Bola pegar
uma das mãos de Eliza e jogá-la aos cães após esquartejar a jovem e colocar o
corpo dela em um saco preto.A delegada presta depoimento nesta segunda-feira,
primeiro dia do julgamento de Bruno, acusado da morte da ex-modelo, no Tribunal
do Júri de Contagem, em Minas Gerais.
Defesa dispensa testemunhas
A Juíza Marixa Rodrigues, que comanda o julgamento,
anunciou que as testemunhas Célia Aparecida Rosa Sales, Maria de Fátima dos
Santos e Anastácio Martins Barbosa foram dispensadas pela defesa. Os advogados
de Dayanne Fernandes, e-mulher de Bruno, liberaram Saiver Junior Calixto.
Lúcio Adolfo comentou a decisão: "Os jurados
ficam muito cansados. Julgamento é debate. O promotor quer cena. O resto é tudo
cena", disse ele. Após o intervalo de uma hora para almoço, o julgamento
começou por volta das 13h50. A primeira testemunha a ser ouvida é a delegada
Ana Maria dos Santos.
Conforme O DIA publicou com exclusividade,
Jorge Luiz Rosa, primo de Bruno, não estará presente na sessão. Jorge é
considerado peça fundamental no processo, já que foi o primeiro a contar a
versão que a promotoria acredita ser a verdadeira. O primo de Bruno, porém,
criou muita polêmica no caso ao mudar seu depoimento diversas vezes.
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