O Planalto
começou a introduzir nas pretensões do PSB uma "vacina anticargo".
Vitorioso no processo eleitoral municipal, o partido do governador de
Pernambuco, Eduardo Campos, foi confrontado com um levantamento que mostra que
a expansão da legenda ocorreu sob o guarda-chuva do governo federal,
principalmente em áreas de atuação do Ministério da Integração Nacional,
comandado pelo PSB.
A
presidente Dilma Rousseff, que na terça-feira (6) receberá para uma conversa
descontraída lideranças petistas e peemedebistas, em seguida deverá receber
Campos. Membros do PT já temem que o PSB aumente sua participação no primeiro
escalão do governo, mesmo sem o Planalto falar em ampliação desse espaço. O
partido tem duas pastas, Portos e Integração Nacional, esta classificada como
"polpuda" em função de sua capilaridade no território nacional.
Nos
bastidores, dirigentes petistas reconhecem o crescimento do PSB, mas preferem
dizer que o partido já está muito bem aquinhoado. Ainda na avaliação petista,
as acomodações pós-eleições deveriam se resumir a atender Gabriel Chalita, do
PMDB, considerado peça fundamental na vitória de Fernando Haddad na Prefeitura de
São Paulo, e o PSD, de Gilberto Kassab, como se desenha no Planalto. Eles não
gostariam de ver o PSB ampliar seu espaço na Esplanada, mas temem que isso
possa acontecer.
Campos,
que está sendo esperado em Brasília em data ainda a ser marcada, vai conversar
com Dilma como presidente do PSB. Após o 2.º turno, o governador apresentou
números do crescimento da legenda e fez questão de mandar um recado a Dilma e
aos petistas. Em sua fala, deixou a mensagem que "ficou a lição" de
que o PSB apoiou mais o PT nessas eleições do que PT apoiou o PSB. Campos
lembrou que, enquanto o PSB apoiou o PT em 11 cidades, o PT só apoiou o PSB em
uma, Duque de Caxias (RJ). "Fica a lição", avisou.
O Planalto
sabe que o PSB é um aliado importante. "Não queremos abrir mão do
PSB", disse um assessor palaciano. A intenção do Planalto, no entanto, é
"monitorar" Campos, mantendo a boa relação atual, apesar de
reconhecer que houve estremecimento em virtude da disputa em várias cidades,
como Fortaleza, onde o rompimento foi declarado. Campos é potencial candidato à
Presidência em 2014 e tudo dependerá do que ocorrer até lá.
( As informações são do jornal O Estado de S. Paulo)
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